Livro "A Ternura de um Pastor", sobre Dom Aloísio Lorscheider, chega à 2ª edição

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Está saindo a 2ª edição do nosso livro, “A Ternura de um Pastor”, com prefácio de Dom Sérgio da Rocha, sobre Dom Aloísio Lorscheider, que no seu amor à verdade e no apego ao Evangelho, como critério de vida e de pastoreio, também na sua capacidade de dialogar e no seu amor aos empobrecidos, permaneceu humilde, serviçal, sendo um irmão entre irmãos.


Doçura e ternura em pessoa, alegria constante, posições corajosas e determinadas, ao mesmo tempo, pregava e anunciava o Evangelho com coragem profética e grande sabedoria. Ele Carregou sempre no seu grande coração, as alegrias, as esperanças, as tristezas, as angústias e os sofrimentos de sua querida gente (cf. GS 200). Além de travar, sem jamais se cansar, uma luta pela redemocratização, pela liberdade de expressão, pela dignidade da pessoa humana e pelo fim da tortura em nosso querido Brasil.


Dom Aloísio, ao se tornar Arcebispo de Fortaleza 1973-1995, logo de início afirmou: “A comunidade eclesial não é feudo do bispo, mas ele é o servidor de uma Igreja que se entende a si mesma como sacramento do Reino, isto é, da presença da verdade e do amor infinito de Deus para com cada criatura humana”.


Daí ele não compreender como algo natural e normal se conviver com a miséria e o acentuado empobrecimento do povo, que tinha como conseqüência o êxodo, o flagelo e a morte de muitos irmãos, levantando sua voz de profeta para dizer que não era vontade de Deus a realidade aqui encontrada e, ao mesmo tempo, usou de todos os meios, com uma enorme vontade de transformar essa mesma realidade, marcando profundamente a história do nosso querido Ceará.


Dom Aloísio foi o grande teólogo que sabia compreender a realidade na sua conjuntura e, com suas posições bem claras e definidas nas análises e nas conclusões teológicas pastorais, passando para o povo um clima que favorecia e gerava uma confiança generalizada. Daí ser o Cardeal que mais se destacou em todos os Conclaves e Sínodos de que participou, gerando para o mundo inteiro e, especialmente, para a imprensa uma grande expectativa. Sua palavra corajosa e profética era acolhida por todos como uma boa notícia.


“Em pleno regime de exceção, a sociedade cearense logo sentiu os efeitos dessa guinada. As camadas desfavorecidas ou marginalizadas, os sem-terra, os sem-teto, os presos políticos, os presidiários comuns, os trabalhadores em greve – ganharam aliado de peso” (Desembargador Fernando Ximenes).


“[…] sua voz, naturalmente doce, alternava-se quando era preciso confrontar os vendilhões da justiça, quando todos os jardins da democracia corriam o risco de ser alvo de bombas atiradas pelos olhares fixos da repressão. Sua voz ecoou pelos corredores das prisões […]” (Senador Pedro Simon).


Quando ele se tornou bispo emérito de Aparecida, veio a pergunta: O que o senhor vai fazer? Respondeu: “Sou um simples frade menor e vou fazer o que o meu provincial mandar, porque a obediência me torna livre”.


Seu modo de se comunicar e sua capacidade de dialogar com todas as classes sociais, especialmente os empobrecidos, sua palavra segura, advertindo “oportuna e inoportunamente” (2Tm 4, 2), sua voz corajosa em denunciar as injustiças e, sobretudo, sua ternura franciscana, nos leva a afirmar que Dom Aloísio, verdadeiramente, mora em nossos corações.


Agradeço o querido irmão Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo Metropolitano de Brasília, que com sua mente e coração dadivosos, prestimosamente, aceitou prefaciar a 2ª edição no nosso livro “A Ternura de um Pastor”. Aguardem!

Pe Geovane Saraiva, Pároco de Santo Afonso
Autor dos livros:

“O peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder Câmara)

“A Ternura de um Pastor” (homenagem ao Cardeal Lorscheider)

“A Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso)


Fonte: PASCOM – Paróquia Santo Afonso