O Papa encorajou-os a continuarem no caminho de elã da caridade gerado por São Vicente, propondo-lhes três verbos, a seu ver, importantes para o espírito vicentino, mas também para a vida cristã em geral: adorar acolher, ir.
No que toca ao verbo adorar, Francisco recordou que são inumeráveis os convites de São Vicente a cultivar a vida interior e a dedicar-se à oração que purifica, abre o coração e permite chegar ao amor de Deus para depois o derramar sobre o mundo. Para são Vicente a oração é essencial, é a bússola de cada dia, o manual da vida. Oração entendida não como um conjunto de fórmulas, mas como abandono a Deus. Adorar – resumiu o Papa – é “pôr-se perante Deus, com respeito, com calma e no silêncio, dando-lhe o primeiro lugar, abandonando-se com confiança”. Quem adora fica contaminado pelo amor de Cristo e não pode senão fazer o mesmo com os outros: ser misericordioso, compreensivo, disponível, aberto.
E esta abertura ao outro – deduz-se do discurso do Papa – conduz ao verbo acolher. Acolher, não necessariamente no sentido de fazer, mas do “redimensionar-se a si próprio, endireitar o próprio modo de pensar, compreender que a vida não é a minha propriedade privada e que o tempo não me pertence” – disse Francisco, continuando. “Quem acolhe renuncia ao eu e faz entrar na vida o tu e o nós”. “O cristão acolhedor é um verdadeiro dom para a Igreja, porque a Igreja é Mãe e uma mãe acolhe a vida e a acompanha”. Quem acolhe sem se lamentar, cria concórdia e comunhão e com generosidade semeia a paz, mesmo sem reconhecimento, esse é um filho realmente fiel à Igreja. E Francisco invocou São Vicente para que ajuda a valorizar este “DNA” do acolhimento, fazendo desaparecer todas “os azedumes, o desdém, a ira, os gritos e maledicências, assim como todas as formas de maldade”
Depois Francisco recordou que o amor é dinâmico, daí o verbo ir. São Vicente dizia: “a nossa vocação é, portanto, ir não a uma paróquia, a uma diocese, mas por toda a terra” acender os coração do homem com a luz do amor, como Deus fez para connosco. Esta vocação – disse Francisco – é válida ainda hoje. E lançou a pergunta: “vou ao encontro dos outros como que quer o Senhor, levo este fogo da caridade ou fico fechado a aquecer-me em frente da lareira?”
E terminou agradecendo aos vicentinos por serem um movimento pelos caminhos do mundo e encorajando-os mais uma vez nessa caminhada, na adoração quotidiana do amor de Deus e a difundir esse amor pelo mundo através da caridade, disponibilidade e concórdia. O Papa abençoou a todos eles e aos pobres que encontram e pediu orações para ele.