Para onde vai o meu Dízimo?

Para onde vai o dinheiro do meu Dízimo? Responderemos a esta pergunta apresentando as quatro dimensões do Dízimo. Vamos conhecer um pouquinho de cada uma delas

1 – Dimensão religiosa:

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15,13)

A primeira dimensão do dízimo é a RELIGIOSA: tem a ver com a relação do cristão com Deus. Contribuindo com parte de seus bens, o fiel cultiva e aprofunda sua relação com aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão. Essa dimensão, tratando da relação com Deus, insere o dízimo no âmbito da espiritualidade cristã. A partir da relação com Deus, a relação com os bens materiais e com seu correto uso, à luz da fé (Lc 12,15-21; 1Tm 6,17-19), o dízimo ganha novo significado. A consciência do valor desses bens e, ao mesmo tempo, de sua transitoriedade, leva os fiéis, ao contribuírem com o dízimo, à experiência de usar os bens materiais com liberdade e sem apego, buscando primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33).

2 – Dimensão Caritativa:

“Tive fome e me deste de comer” (Mt 25,35)

O dízimo tem ainda uma dimensão CARITATIVA, que se manifesta no cuidado com os pobres, por parte da comunidade. Uma das características das primeiras comunidades cristãs era de que “entre eles ninguém passava necessidade”, pois tudo era distribuído conforme a necessidade de cada um (At 4, 34-35). A atenção com os pobres e suas necessidades é uma característica da Igreja Apostólica. Ao reconhecerem a autenticidade do ministério de São Paulo, os apóstolos pediram que não se esquecesse dos pobres (Gl 2,10). A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica e a caridade para com os pobres é uma dimensão constitutiva da missão da Igreja e expressão irrenunciável da sua própria essência.

3 – Dimensão missionária:

“Pregai o evangelho a todos” (Mc 16,15)

O dízimo tem uma dimensão MISSIONÁRIA. O fiel, corresponsável por sua comunidade, toma consciência de que há muitas comunidades que não conseguem prover suas necessidades com os próprios recursos e que precisam da colaboração de outras. O dízimo permite a partilha de recursos entre as paróquias de uma mesma Igreja particular e entre as Igrejas particulares, manifestando a comunhão que há entre elas. De fato, em cada Igreja particular, na comunhão com as demais, está presente e atua a una e única Igreja de Cristo. O dízimo contribui para o aprofundamento da partilha e da comunhão de recursos em projetos como o das paróquias-irmãs e o do fundo eclesial de comunhão e partilha, no âmbito da Igreja particular; e nos projetos “Igrejas-irmãs” e “Comunhão e Partilha”, em âmbito nacional.

4 – Dimensão Eclesial:

“O zelo por tua casa me consome” (Jo 2,17)

O dízimo tem, ainda, uma dimensão ECLESIAL. Com o dízimo, o fiel vivencia sua consciência de ser membro da Igreja, pela qual ele também é responsável, contribuindo para que a comunidade disponha do necessário para realizar o culto divino e para desenvolver sua missão. A consciência de ser Igreja leva os fiéis a assumirem a vida comunitária, participando ativamente de suas atividades e colaborando para que a comunidade viva cada vez mais plenamente a fé e mais fielmente testemunhe. Desse modo, cada fiel toma parte no empenho de todos e se abre para as necessidades de toda a Igreja. O dízimo também oferece condições às paróquias e comunidades de contribuírem de modo sistemático com a Igreja particular, mantendo vivo o sentido de pertença a ela.