A palavra consciência vem do latim cum (juntos) e sciência, scire (conhecer). A consciência é a faculdade moral da pessoa, o núcleo íntimo e o santuário em que ela se conhece pelo confronto com Deus e com seus semelhantes (cf. Livres e Fiéis em Cristo, B. Haering, Paulinas, 1979, Vol. 1 p.208). A consciência moral, segundo o Catecismo da Igreja Católica, é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto que planeja que está a ponto de executar ou que já praticou (cf. op.cit. No. 1978 p.481).
Em tudo o que diz e faz, o homem é obrigado a seguir fielmente o que sabe ser correto e justo.
A consciência moral compreende a percepção dos princípios da moralidade, sua aplicação a circunstâncias específicas por uma determinada prática da razão. Neste caso há pessoas que usam a palavra “sindérese” que vem do grego “synderesis” e que é a faculdade natural de julgar com retidão e com bom senso. Teologicamente, talvez possamos dizer que é o estado de contrição da alma, quando compara o que é com o que devria ser. Santo Tomás de Aquino ensinou que toda criança nasce com uma inata capacidade de distinguir o bem e o mal. Trata-se de uma “tendência natural” chamada sindérese na tradição filosófica e teológica (cf. Suma Teológica, Tomas de Aquino, 1, q79, a,12, resp.).
A formação da consciência é de enorme importância. A consciência deve ser educada e o juízo moral esclarecido. A educação da consciência é uma tarefa de toda a vida. A educação adequada da consciência preserva a pessoa do medo, do egoísmo, do orgulho, dos sentimentos de culpabilidade oriundos da fraqueza e das faltas humanas. Sobretudo, uma consciência bem formada garante a liberdade e é a fonte da paz. Diante de uma escolha moral obviamente a consciência de uma pessoa pode emitir um julgamento correto de acordo com a razão, ou um julgamento errôneo que se afasta da razão. Quando nós emitimos um julgamento baseado na nossa consciência moral devemos exercer muita prudência. Existem algumas “normas” para nos orientar nesta área. São: “a) Não é permitido nunca praticar um mal para que daí resulte um bem; b) Tudo aquilo que quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles”. A caridade respeita sempre o próximo e sua consciência (cf. op. cit. No. 1789).
Obviamente a consciência moral, por causa de ignorância, pode fazer um julgamento errôneo. Neste caso se a pessoa é responsável pela ignorância (ignorância vencível), é responsável também pelo mal que comete. Se a pessoa não for culpada pela ignorância (ignorância invencível), então o mal cometido pela pessoa não lhe poderá ser imputado.
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1.