* Por Dom Paulo Mendes Peixoto, Bispo de São José do Rio Preto – SP
A fonte de todo bem tem sua maior solidez na justiça e na paz. Não existe verdadeira felicidade sem que todas as pessoas estejam vivendo bem, com dignidade e harmonia. Os conflitos e dificuldades fazem parte da construção de um mundo novo.
Muitas coisas dificultam o diálogo e a aproximação entre as pessoas. Uma delas, a mais forte, é a opressão nas diversas situações, especialmente econômica, a fome, o distanciamento das condições normais de sobrevivência. Isto pode ser fruto de injustiça, provocando a falta de paz.
É interessante observar que a verdadeira fé em Deus torna uma pessoa justa, mais solidária e comprometida com a paz. Não pode ser uma fé fundamentalista, que exclui quem não é do mesmo pensamento e da mesma prática de espiritualidade.
Falar de justiça e paz é falar do bem comum. Isto é difícil acontecer num mundo de violência, de individualismo e de falta de corresponsabilidade na condução da sociedade. A prática do mal é muito forte, que até inabilita os bem intencionados de agir.
Pela falta de justiça e paz, somos marcados por insegurança, pelo perigo e pelo cansaço. Vivemos o clima de tensões, de medo, de impossibilidade de sair das crises e problemas que nos atingem. É a fé em Deus que é capaz de nos habilitar para a confiança.
Somente a certeza da presença de Deus na história faz com que haja verdadeira libertação, porque ele é fonte de vida e oferece todos os recursos necessários para seus filhos. Deus é fonte de justiça e paz duradouras.
A quaresma é um convite insistente para que sejamos novas criaturas. Isto significa entrar em outra condição humana, de paz com Deus, de bem-estar e alegria. É dimensão pessoal que nos capacita para relacionamentos fraternos com o próximo.
A justiça e a paz fazem com que tenhamos harmonia conosco mesmos, com os outros, com a natureza e com Deus. É a confirmação de uma esperança que não decepciona, a superação de qualquer confusão, tendo alicerce na certeza do amor.