Testemunhar a ressurreição de Jesus é de fundamental importância para quem nele crê. Faz isso a pessoa unida a Deus através da oração e fiel ao seguimento do mandamento do amor. Caso contrário, não se consegue convencer ninguém sobre a pessoa e a missão do Filho de Deus. Não bastam os atos de devoção nem o mergulho e a divulgação dos dizeres bíblicos. Alguns até os usam de modo a provocar desunião, desentendimento e falta de amor ao diferente.
Paulo lembra a necessidade da ação do Pai para a pessoa ter condição de andar no caminho do ressuscitado: “Que ele abra o vosso coração à sua luz… Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direito nos céus” (Efésios 1,18.20). O próprio Jesus caminha unido à sua Igreja por Ele mesmo instituída: “Ele pôs tudo sob seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo” (1,22-23). É de suma importância a união de todos os membros dessa família, unidos pelo batismo. Quem quiser ficar unido ao Filho precisa ter a pertença a seu corpo. Nele todos se sentem irmãos. Daí a necessidade de tudo fazerem para o bem de todos.
Nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, somos instados a pedir a Deus a força necessária para vivermos nossa fé em Cristo, conforme o desejo do Pai. Sozinhos não saímos de nossos limites ou fronteiras pessoais e institucionais, com suas virtudes e seus defeitos. Daí a união na oração. O Espírito Santo nos ajuda a romper as barreiras circunstanciais e históricas, que fragilizam nosso testemunho de amor. Este é fundamental para os outros crerem no que dizemos de Jesus. Os primeiros cristãos davam testemunho de comunhão e oração.
Nesta festa da Ascensão de Jesus o convite de olharmos para o alto, vendo-o sair visível e historicamente de nosso meio, deve aguçar nossa vontade de mais união. Sem esta não conseguiremos contribuir o suficiente para a promoção da vida plena desejada para todos pelo Divino Mestre. Ele continua conosco através de sua divindade, de sua palavra, de seus dons sacramentais, da autoridade deixada para seus apóstolos e demais discípulos. A Igreja de Cristo tem a grande novidade de libertação e promoção da vida, que extrapola o que é puramente material. O segredo do amor deixado por Jesus caracteriza sua pessoa e missão através de sua continuação na sua Igreja.
Nossa ação evangelizadora não se restringe ao interno de nossa comunidade: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mateus, 28,18-19). A missão fez evangélicos de muitas denominações se unirem, há mais de cem anos, em Edimburgo, Escócia, para darem testemunho de união. Caso contrário, não seriam acreditados no que ensinassem sobre Jesus. Da mesma forma hoje somos também conclamados para o mesmo. A paciência para compreendermos as diferenças e modos de interpretar os ensinamentos do Mestre exige de nós perseverança e fé no ecumenismo. O testemunho da própria fé não significa impedimento para compreendermos o modo de ser e até percebermos os valores dos outros, muitas vezes semelhantes aos nossos em muitos aspectos.
Esta semana nos desafie para suplicarmos ao Espírito Santo que nos ajude a encontrar sempre mais o caminho da fraternidade e da união, que não significa uniformidade.