Da redação, com Agências
Nesta terça-feira, 12, a ONU recorda a tragédia das crianças-soldado, recrutados ainda pequenos para atuar em grupos armados. Embora seja tutelado a nível internacional, o fenômeno continua difuso em todos os conflitos do mundo.
Pelo Twitter, o Papa Francisco citou a data, criticando o ato e convocando a sociedade a combater esta tragédia: “Milhares de crianças, forçadas a lutar em conflitos armados, são roubadas de sua infância. Combatamos esse crime abominável. #ChildrenNotSoldiers”
No protocolo opcional sobre a participação de menores nos conflitos armados presente na Convenção da ONU sobre os direitos da infância e do adolescente, assinado por 153 países no ano 2000 está escrito: “Os Governos adotem todas as medidas possíveis para controlar para que os membros de suas forças armadas com menos de 18 anos não participem diretamente das hostilidades”, enquanto que “os grupos armados, que não pertencem às forças armadas de um país, não deveriam em nenhuma circunstância recrutar nem obrigar os jovens com menos de 18 anos a participar de conflitos”.
É uma tentativa de acabar com esta grave chaga das “crianças-soldado” que hoje é recordada no mundo inteiro. Porém o fenômeno, definido pelo Papa Francisco como uma “tragédia” e uma “escravidão” ainda está presente na maior parte das guerras no mundo.
Segundo o porta-voz do Unicef Itália, Andrea Iacomini, há também meninas recrutadas:
“A criança soldado é um jovem com menos de 18 anos que faz parte de qualquer força armada. São combatentes, cozinheiros, mensageiros e é uma dimensão que compreende também as meninas que são recrutadas para fins sexuais e casamentos forçados”.
No Iêmen, no Sudão e na República da África Central, os números de crianças-soldado são assustadores, cerca de 19 mil no Sudão e 10 mil na África Central. Além disso, menores também são recrutados no Afeganistão, na Síria, e em todos os contextos de guerra que conhecemos.
“Antes de tudo devemos analisar os motivos sociais internos do país que levam ao recrutamento: se são forçados, se participam voluntariamente aos grupos armados, se estão fugindo da pobreza, da fome ou até mesmo se estão apoiando uma causa”, afirma o representante do Unicef. Para depois “passar à prevenção e recuperação que em muitos países é bem complexa. Por isso precisamos do apoio da comunidade internacional, de projetos de desmobilização – que muitas vezes são ineficazes ou de fachada – e de monitorização das situações.