A 1ª sexta-feira do mês (4/8), em honra ao Sagrado Coração do Filho, preparou a Paróquia Nossa Senhora da Glória para a festa da Mãe. Aberta oficialmente no dia seguinte, 5 de agosto, a programação da Festa da Padroeira 2023 se encerra no dia 15, data em que Maria também é lembrada sob o título de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza.
Neste ano de 2023, a paróquia, localizada no bairro Cidade dos Funcionários (Fortaleza-Ceará), traz como tema um versículo da Liturgia das Horas, referente a Maria: “Filha de Sião, és formosa como a lua e resplandecente como o sol”.
A missa foi presidida pelo Pe Helano Samy, na presença dos diáconos permanentes José Gilson e Eufran de Menezes. Aconteceu no dia do sacerdote, em memória a São João Maria Vianney.
Ao abordar a Primeira Leitura (Lv 23,1.4-11.15-16.27.34b-37), durante a homilia, o padre Helano Samy ressaltou o 3º mandamento da lei de Deus, sobre a guarda de domingos e dias santos. No Levítico, livro do Antigo Testamento, o Senhor enfatizou: “no sétimo dia haverá uma santa assembleia e não fareis nenhum trabalho servil” (Lv 23, 8).
O sacerdote observa que o católico deve ir à Igreja ao menos uma vez por semana, no domingo, para manter a aliança com o Pai. Nesse momento, o fiel cumpre o mandamento e manifesta o amor a Deus, que vai além do mero sentimento, com atitude e constância, afirma o padre. A inconstância foi comparada pelo sacerdote a uma árvore que dá frutos irregularmente.
Ao abordar o Evangelho Segundo São Mateus (Mt 13,54-58), o pároco lembra que Jesus, nascido em Belém, seguiu para Nazaré, a terra onde José e Maria, seus pais, nasceram. Tinha como objetivo pregar a mensagem do Pai. “Mas esse é um Evangelho triste”, pontuou o padre. Isto porque Jesus não fez milagres ali; o povo preferiu a dúvida em lugar da fé.
“Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: ‘De onde vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não moram conosco? Então de onde lhe vem tudo isso?’ E ficaram escandalizados por causa dele.” (Mt-13,54-57)
Sobre o termo “escandalizado”, o padre explica que corresponde a tropeçar. Os parentes de Jesus não seguiram na caminhada com Deus porque foram paralisados pela falta de fé. Eles tropeçaram, em lugar de confiar. Faltou “emet”, olhar e enxergar em Jesus a fortaleza e a verdade do Senhor, continuou o padre.
Ao discorrer sobre expressões usadas pelo povo judeu, Pe. Helano ressaltou a importância da arqueologia bíblica, o estudo de conceitos e ideias das Sagradas Escrituras. Ele observa que Jesus não falou em latim, embora seja a língua usada para a comunicação da Igreja; nem em grego, mesmo que os Evangelhos tenham chegado a nós nesse idioma.
Quanto ao tempo de Deus para todas as coisas, o padre pontuou a escolha do calendário lunar, e não do solar, para a marcação das festas solenes pelo Pai, nas Sagradas Escrituras. O sacerdote justifica: “a lua está ligada aos ciclos de nascimento e colheita, aos ciclos de vida. É ela que faz o tempo avançar. A desta semana não é a mesma da semana que vem”. O padre concluiu a homilia ressaltando a pedagogia de Deus, que tem como objetivo dizer que estamos acima do calendário e é o Pai que marca o nosso tempo.
Após a santa missa, a comunidade participou da festa social, animada pelo projeto AMAE e pelo rei do piseiro católico, Naldo José. Ele ressaltou a felicidade de participar pela segunda vez dos festejos da Mãe de Deus, na Paróquia Nossa Senhora da Glória. Sobre o trabalho que desenvolve, destacou: “É mais que emoção, é a decisão de evangelizar através do forró”.
Em entrevista à Pastoral da Comunicação, Naldo José lembra que recebe diversos testemunhos de transfiguração da alma. “Muitos jovens só ouvirão a voz de Deus pela música de sua preferência. Não que a gente se dobre ao mundo, mas o Pai não é indiferente às nossas dores e limitações”, declarou o músico, observando o alcance de Deus junto a todos os filhos onde quer que eles estejam.