Proclamado pelo Papa Francisco, o Ano Santo da Misericórdia termina na Festa do Cristo Rei, último dia do ano litúrgico da Igreja Católica. A 20 de novembro, “ao fechar a Porta Santa, animar-nos-ão, antes de tudo, sentimentos de gratidão para a Santíssima Trindade por nos ter concedido esse tempo de graça. Confiaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o universo imenso à realeza de Cristo”, afirma o Papa na Carta de Proclamação, intitulada O Rosto da Misericórdia. O Jubileu Extraordinário começou na solenidade da Imaculada Conceição, a 8 de dezembro de 2015, data do Cinquentenário do Concílio Vaticano II.
Ao referir-se a travessia da Porta Santa, o Papa destaca a “plena confiança de sermos acompanhados pela força do Senhor Ressuscitado, que continua a sustentar a nossa peregrinação”. Como etapas a serem percorridas, no intuito de alcançar misericórdia, ele cita o Evangelho de Lucas. “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco (Lc, 6, 37-38)”.
O Papa recorda as palavras de São João XXIII na abertura do Concílio Vaticano II: “nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”. Referiu-se também ao que disse o Papa Paulo VI: “desejamos notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade. Toda a riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades.”
Sobre as obras de misericórdia, classificadas em corporais e espirituais, o Papa ressalta o vivo desejo de reflexão. “É uma maneira de acordar nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. “As obras de misericórdia corporais são: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; visitar os doentes e os presos; acolher os peregrinos e enterrar os mortos. As espirituais: dar bom conselho; corrigir os que erram; ensinar os ignorantes; suportar com paciência as fraquezas do próximo; consolar os aflitos.
Cristo: manifestação da misericórdia de Deus
O papa Francisco reforça que a Igreja deve ser a verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Cristo. Para o Pe. Júlio César Pereira de Pontes, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Glória, a mudança da metodologia de evangelização visa acolher a todas as culturas, raças e línguas.
“A cruz de Cristo foi o ápice da manifestação da misericórdia de Deus pela humanidade. Quando Jesus aceitou a cruz, oferecendo-se ao Pai em sacrifício, ele manifestou para o mundo a misericórdia de Deus”, observa Pe. Júlio. A missão de Cristo é “revelar o amor divino na sua plenitude”. Às palavras do Papa, o Padre Júlio completa, com base no Evangelho: “Deus não quer sacrifício, quer misericórdia. O sacrifício de Cristo redimiu e levou a humanidade de novo à comunhão”.
Pe. Júlio observa que, na prática, o Ano Santo não terá fim. “O Ano da Misericórdia continua até o resto das nossas vidas.”
O que fazer no Ano Santo da Misericórdia?
Na Bula Misericordiae Vultus, o Papa Francisco sugere algumas iniciativas que podem ser vividas em diferentes etapas: Realizar peregrinações; Praticar as obras de misericórdia; Intensificar a oração; Passar pela Porta Santa em Roma ou na Diocese; Perdoar a todos; Buscar o Sacramento da Reconciliação; Superar a corrupção; Receber a indulgência (remissão diante de Deus da pena devida aos pecados, cuja culpa já foi perdoada); Participar da Eucaristia; Fortalecer o ecumenismo; Converter-se. Saiba mais em https://goo.gl/remYFK
Fonte: Bula Misericordiae Vultus e Jovens Conectados (Comissão para a Juventude CNBB)