No dia em que a Igreja celebra a Dedicação da Basílica de São João de Latrão, o Papa Francisco reuniu-se com a sua Diocese, a Diocese de Roma, para presidir à Santa Missa.
A Basílica Lateranense é considerada a Igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo, portanto esta festa celebra a unidade com a Sé romana.
Com efeito, em sua homilia, o Pontífice se dirigiu a toda a comunidade diocesana de Roma oferecendo três estímulos para meditação e oração.
Em movimento
À comunidade como um todo, Francisco pediu que seja como um rio e os seus afluentes: sempre em movimento, pronto “a escutar com o coração os seus pobres que clamam a Ele”.
“ Encontrar os outros, entrar em diálogo com eles, ouvi-los com humildade, gratuidade e pobreza de coração… Eu os convido a viver tudo isto não como um esforço pesado, mas com leveza espiritual. ”
Aos presbíteros, o Papa recordou o coração deste ministério: ajudar a comunidade a estar sempre aos pés do Senhor para ouvir a Sua palavra, mantê-la distante de toda mundanidade, das más escolhas, de quem gostaria de desviá-la do caminho do Evangelho.
De fato, advertiu o Pontífice, qualquer outra ideia ou realidade que não seja o Evangelho fará ruir todo o edifício espiritual da Igreja.
Ninguém está condenado a estar separado de Deus
Por fim, o Santo Padre se dirigiu às equipes pastorais, dedicando a elas o Evangelho do dia, em que Jesus expulsa os mercantes do Templo.
Esta purificação do santuário era necessária, explicou o Papa, para que Israel descobrisse a sua vocação de ser luz para todas as pessoas. E quando pedem um sinal, Jesus afirma que reconstruirá o Templo em três dias.
“A vocês é confiada a tarefa de ajudar as suas comunidades e os agentes pastorais a alcançar todos os habitantes da cidade, identificando vias novas para encontrar quem está distante da fé e da Igreja.”
“Nas nossas existências de pecadores, com frequência acontece de nos afastar do Senhor e apagar o Espírito. Destruímos o templo de Deus que existe em cada um de nós.”
E mesmo assim, prosseguiu o Papa, isto jamais é uma situação definitiva, pois são suficientes três dias ao Senhor para reconstruir o templo dentro de nós.
“ Ninguém, por mais que esteja ferido pelo mal, está condenado sobre esta terra a estar para sempre separado de Deus. ”
De maneira muitas vezes misteriosa, mas real, o Senhor abre nos corações novas brechas, desejos de verdade, de bem e de beleza.
Diante das dificuldades e hostilidades, jamais se deixar bloquear e abrir à “ação imprevisível da graça”, concluiu o Papa Francisco.