Meditação do Evangelho- 2º Domingo da Páscoa (Jo 20,19-31)

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Neste segundo domingo da páscoa, como comunidade de fé, nos reunimos na comunhão fraterna, na escuta atenta da Palavra, na fração do pão e nas orações, vencendo o medo e testemunhando a presença do Senhor ressuscitado no mundo.


A cena do evangelho deste domingo é marcada por sinais que apontam para grandes dificuldades em reconhecermos a presença do ressuscitado entre nós: Já é noite (domínio das trevas), as portas do lugar onde os discípulos encontram-se reunidos estão fechadas e o medo toma conta de todos! Um ambiente praticamente impenetrável, onde é destacável o fechamento tanto estrutural quanto dos corações.


Entretanto Jesus rompe todas as barreiras, entra no recinto, põe-se no centro, mostra as marcas da paixão e faz a primeira, das duas, proclamações pascais: “a paz esteja convosco” (v.19 e 21), sendo que na segunda vez o dom da paz é tomado como base ou pressuposto para o envio na missão: “Como o Pai me enviou também eu vos envio”(v.21b).


O Senhor também além da paz nos dá outros dons como fruto de sua ressurreição: o Espírito Santo, a reconciliação e a fé; esta proclamada por Tomé na expressão: “Meu Senhor e meu Deus!” Aliás, este discípulo representa todas as nossas aspirações em fazer, verdadeiramente, uma experiência pessoal com o ressuscitado.


Por muitas vezes poderemos somente pensar que Tomé é um homem apenas sem fé, pois o próprio Senhor o exorta dizendo: “Não sejas incrédulo, mas fiel”! (v.27) Além do mais ele não aderiu à fé quando os seus irmãos atestaram que viram o Senhor (V.25). Entretanto, por meio dele, recebemos uma belíssima promessa de Jesus: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (V.29).


Somos testemunhas privilegiadas por meio da fé que temos em Jesus ressuscitado e também convidados a ajudar a construir o reinado de Deus por meio de relações comunitárias diferentes do que normalmente encontramos em nosso cotidiano.


Em outras palavras; a comunidade que tem Jesus ressuscitado no centro de sua vida é marcada por valores próprios desta presença divina, tais como a oração, a partilha comum dos bens e dos dons, a perseverança na orientação recebida, a capacidade de bendizer a Deus, em sua grande misericórdia que nos fez “nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível” (1Pd 1,3-4) mesmo diante das provações e dificuldades dos tempos presentes!


Celebramos a páscoa de Jesus juntamente com todos os trabalhadores deste nosso país que com as dificuldades cotidianas lutam por melhores e justas condições de trabalho, de remuneração e de oportunidades. Também agradecemos a Deus por sua misericórdia com seus filhos e também pela beatificação de João Paulo II.


Em Jesus, o bom pastor e Maria nossa Mãe.

Autoria: Pe. Fernando Antonio Carvalho Costa