Quais são as cruzes que você ainda precisa abraçar em vista daqueles que esperam a generosidade da sua resposta?
A Semana Santa, ápice da espiritualidade cristã, é um tempo propício para crescer no amor. É através dos sacrifícios amorosos feitos neste período que podemos dilatar os nossos corações para o que verdadeiramente importa: amar de forma desinteressada, constante e genuína.
O verdadeiro amor, quando provado, resiste ao tempo e às maiores tribulações. Muitas crises de relacionamentos da modernidade acontecem porque estamos pouco dispostos ao sacrifício, resistentes à oferta autêntica de vida e presos em nossos planos mesquinhos, egoístas, que não incluem o outro e as suas questões.
Durante os próximos dias, teremos a oportunidade de crescer de forma concreta nas renúncias silenciosas, que acontecem no escondido que quase ninguém vê. Os santos do ordinário foram grandiosos porque muito amaram — ainda que não fossem publicamente conhecidos. O que nos aproxima da pessoa de Cristo é justamente a capacidade alargada de amar os demais sem esperar nenhum retorno — com coragem, renúncia e disposição.
Será que temos buscado o bem do outro acima do nosso? Será que temos pensado mais em nossas necessidades e deixado de lado a realidade que nos convoca diariamente para o amor concreto aos demais? Temos sido generosos nas obras amorosas em vista daqueles que vivem algum contexto de privação?
É tempo de alargar as tendas do nosso coração. De ser morada para os que estão cansados, famintos, perdidos e desfigurados. Quando saímos do nosso comodismo para fazer relação e viver por um outro, compreendemos a verdadeira dinâmica da vida: encarnada, entregue e cheia de sentido.
Que os nossos próximos dias não sejam osciosos e estéreis. Sempre podemos fecundar a terra com os nossos pobres sacrifícios, que sobem ao Céu como incenso suave de inestimável valor.
“Quando vires uma pobre Cruz de madeira, só, desprezível e sem valor, uma Cruz sem O Crucificado, não esqueças que essa Cruz é a tua Cruz: a de cada dia, a escondida, sem brilho e sem consolação —, que está esperando o Crucificado que lhe falta. E esse Crucificado tens que ser tu.” (São Josemaría Escrivá).
Fonte: Shalom.