Testemunho: O Dízimo nasce do coração e cresce entre os irmãos

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* Por Djanira e Manoel Marques

 

Mais de 25 anos se passaram, quando eu e minha esposa Djanira dissemos SIM ao convite que nos foi feito pela Paróquia Nossa Senhora da Glória para participarmos do VII Encontro de Casais com Cristo – ECC. Nossa decisão, iluminada pelo Espírito Santo, nos conduziu à Igreja de Cristo, o que nos permitiu um aprofundamento maior na fé e um melhor conhecimento e aplicação da palavra de Deus em nossas vidas, sob a coordenação do incansável casal César e Conceição.


A caminhada na Igreja nos mostrou que o engajamento pastoral nos permitiria partilhar nosso tempo com os irmãos, através do nosso trabalho. A partir de convite do casal amigo Ivanildo e Aliriana, nos apresentamos ao Pe. Frota, pároco à época, para nos colocarmos ao dispor da Pastoral do Tributo, que antecedeu a Pastoral do Dízimo, que conhecemos nos dias de hoje.


A sistemática de trabalho da Pastoral iniciou com a mudança de sua denominação, de Tributo para Dízimo, já com o apoio do nosso inesquecível Pe. José Alberto Castelo, na medida em que entendíamos que o Dízimo, sendo bíblico, adequava-se muito mais à nossa missão principal, qual seja a de levar a todos os paroquianos a importância de nossa participação comunitária e o reconhecimento da graça de Deus na nossa vida, a partir de uma opção consciente de devolver e não pagar uma parte de tudo aquilo que Ele nos dá.


A construção do Novo Templo, seus anexos e Centro Pastoral, iniciados com Pe. Castelo e seguidos por Pe. Sales e Pe. Francisco são a maior prova da importância do dízimo, como exemplo de comunidade em caminhada e ciente de suas responsabilidades com o próximo e com os irmãos mais necessitados.


Ser engajado nos trabalhos da Igreja requer de nós a consciência de que precisamos ser dizimistas fiéis, uma vez que é por meio desse compromisso que a Igreja pode sustentar com dignidade sua missão pastoral, social e evangelizadora. Daí buscarmos, enquanto agentes da Pastoral do Dízimo, transmitir aos paroquianos e agentes de outras pastorais, movimentos e serviços da Igreja que não basta participar das missas, das reuniões ou das atividades cotidianas do grupo. Ao contrário, a resposta concreta que damos a Deus é o nosso SIM ao chamamento de sermos dizimistas, de modo que o resultado obtido com o dízimo possa abranger todas as suas dimensões: religiosa (opção que liberta), social (criador do espírito comunitário) e missionária (sinal de salvação universal).


Enquanto agentes da Pastoral do Dízimo e também dizimistas, eu e Djanira sempre colocamos para nós e para aqueles com quem convivemos, o ensinamento da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios  9.7: “Cada um dê, segundo se propôs em seu coração, não de má vontade nem constrangido, pois Deus ama a quem dá com alegria.” Esta é a medida de nossa devolução, enquanto buscamos  alcançar o objetivo  de chegarmos aos 10%, como nos ensina o antigo testamento: “A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele.”(Lv 27.30).


Assim, ao nos tornamos dizimistas fiéis, fazendo nossa devolução regularmente, passamos a entender melhor que o dízimo é primícia, a primeira parte. Não é dar o que sobra, mas o que o irmão precisa. Como nos ensina o Profeta Malaquias (3, 10-12), “fazei a experiência e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha benção sobre vós muito além do necessário”.


Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, nos responde sempre, em todas as dificuldades que enfrentamos em nossas vidas, o quanto Ele nos ampara e nos ama. Eu e Djanira podemos dar o testemunho, enquanto dizimistas,  que em momentos difíceis de nossas vidas, quando ela enfrentou sérios problemas de saúde, nada nos faltou, tanto material, como espiritualmente, a partir do apoio e orações de nosso Pároco Pe. José Alberto Castelo e de nossa comunidade, para que pudéssemos chegar à vitória sobre a doença, apesar de os médicos darem a ela poucos anos de vida.


São muitos os sinais da presença de Deus em nossas vidas. Roguemos ao Pai que nos dê a sensibilidade e a fé de percebermos isso, nas coisas mais simples, como poder acordar com vida todos os dias, ver o sol brilhar no céu e os pássaros a cantar e partilharmos com os irmãos um pouco de tudo o que Ele nos dá.


O Dízimo nasce no coração e cresce entre os irmãos; a partilha realizada com amor é a atitude que mais nos aproxima das atitudes de Cristo. Faça você também essa experiência da gratuidade de Deus em sua vida.

* Djanira e Manoel Marques são agentes da Pastoral do Dízimo da Paróquia Nossa Senhora da Glória