Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
O Movimento Apostólico de Schoenstatt, fundado nessa cidade, na Alemanha, em plena Primeira Guerra Mundial, celebrou dia 18 de outubro de 2014 o centenário de sua fundação. Padre José Kentenich fundou o movimento em 18 de outubro de 1914. Na celebração solene no local de origem, tivemos nossos representantes. Em datas próximas, este aniversário foi celebrado em todo o mundo. Tivemos também a oportunidade de celebrá-lo aqui em nossa Arquidiocese. É um belo trabalho de evangelização popular de casa em casa e quer tem produzido bons frutos. Maria abre o caminho para que o evangelizador anuncie o Cristo Senhor, vivo e ressuscitado nas famílias.
Era um dia de outubro como muitos outros em 1914. Mas para os jovens seminaristas do Seminário Palotino de Schoenstatt, em Vallendar, no Vale do Rio Reno, na Alemanha, seria um dia inesquecível. Há alguns meses, tinham se consagrado a Nossa Senhora como membros da Congregação Mariana, orientados pelo Diretor Espiritual dos seminaristas, o jovem sacerdote José Kentenich.
Para motivá-los e para terem um lugar só deles, os congregados reformaram a antiga capelinha de São Miguel que, ao longo dos anos, fora abandonada e transformada em depósito de ferramentas de jardinagem, para ser o seu lugar de encontro entre si e com Deus. Mas, o jovem Diretor Espiritual tinha em mente algo muito maior: uma “aliança de amor” com Maria.
No dia 18 de outubro de 1914, ao inaugurarem a capelinha da Congregação, que se tornaria o Santuário Original de Schoenstatt, Pe. Kentenich disse: “Gostaria de transformar esse lugar num lugar de romarias e de graças para nossa casa, para toda a província alemã e para mais além. Todos os que aqui chegarem para rezar terão de experimentar as magnificências de Maria e confessar: Aqui é bom estar”! E ainda: “Esta capelinha deverá ser para nós o berço da santidade. Esta santificação fará suave “violência” à nossa Mãe celestial e atrai-la-á para junto de nós”.
Este pequeno grupo de jovens seria o início de uma grande obra, a Obra Internacional de Schoenstatt, hoje presente nos cinco continentes com os seus diversos ramos: sacerdotes, Irmãs, famílias, juventude masculina e feminina etc. Além disso, alcança milhões de pessoas por meio dos cerca de duzentos santuários da Mãe Rainha e Vencedora “Três Vezes Admirável” de Schoenstatt, que são cópias fiéis do Santuário Original, permitindo um vínculo direto com o lugar especial onde nasceu o Movimento de Schoenstatt. O Movimento é muito conhecido também pelos milhares de imagens peregrinas da Mãe Rainha e Vencedoras Três Vezes Admiráveis de Schoenstatt – Mãe Peregrina – que visitam milhões de famílias no mundo inteiro.
Os frutos desse primeiro centenário do Movimento de Schoenstatt testemunham como aqueles que vivem essa espiritualidade experimentam dons e graças, e tem gerado santos da vida diária. Tudo isso tem sua raiz na Aliança de Amor com Maria deste primeiro grupo e de todas as pessoas que, ao longo desses 100 anos, selaram a mesma Aliança de Amor, inserindo-se, assim, espiritualmente naquele precioso momento da fundação de Schoenstatt.
O Movimento ou Obra Internacional de Schoenstatt está em festa e tem como grande propósito difundir sempre e em toda a parte a Cultura da Aliança, cujo princípio é justamente a Aliança de Amor com Maria e, por meio dela, com o próprio Deus Trino. Em Schoenstatt, Maria é a grande missionária, a grande medianeira de todas as graças entre o Deus infinitamente amoroso e misericordioso e os homens.
No Brasil, existem muitos motivos para celebrar e viver esse centenário, quando na atualidade atinge uma média de 12 milhões de pessoas com a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt em todo o país. O que não é obra de mãos humanas, mas da Mãe. Maria abre o caminho para a missão da Igreja nas mais variadas circunstâncias.
Essa data foi comemorada mundialmente, com celebrações e romarias em todos os mais de 200 santuários espalhados por mais de 90 países. No Brasil, a preparação para os 100 anos da Aliança de Amor em Schoenstatt e da fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt se deu por meio de um novênio, ou seja, foram nove anos de aprofundamento na missão.
Na nossa Arquidiocese, temos o Santuário dedicado à Mãe Peregrina, que fica em Vargem Grande, na estrada dos Bandeirantes.
Peçamos a Nossa Senhora Mãe Peregrina que nos ilumine e nos ajude sempre a trilhar o caminho do seu Filho. Que todos os fiéis que recebem a capelinha da Mãe Peregrina sejam autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo e testemunhem a paz em nossa cidade que, aos pés da Virgem Rainha, pedem a paz para a nossa metrópole.