Os bispos, guiados pela luz do evangelho, vêem na doação voluntária de órgãos um gesto de amor fraterno em favor da vida e da saúde do próximo. A doação é considerada uma prova de solidariedade, grandeza de espírito e nobreza humana. A nota, citando o Catecismo da Igreja Católica afirma: “a doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória” (N. 2301).
A carta encíclica “Evangelium Vitae” ensina: “merece particular apreço a doação de órgãos feita segundo normas eticamente aceitáveis para oferecer possibilidades de saúde e de vida a doentes, por vezes já sem esperança” (n. 86). A nota dos Bispos manifestou sua solidariedade para com milhares de pessoas que estão em lista de espera, na expectativa de receber algum órgão para sua sobrevivência, recuperação e saúde. Os Bispos estão encorajando as pessoas e especialmente as famílias a que – livre, conscientemente e com a devida proteção legal – para doar órgãos como gesto de amor solidário em consonância com o evangelho da vida.
A nota recorda que a moral católica considera lícita não apenas a doação voluntária de órgãos, bem como os transplantes, doações de sangue e de medula óssea, todas tão necessárias. Os Bispos também fazem uma alerta. Destacaram que a doação de órgãos exige rigorosa observância dos princípios éticos que proíbem a provocação da morte dos doadores, a comercialização e o tráfico de órgãos. Os Bispos citam a Lei Federal No. 10.211 de 23 de março de 2001, que determina que a família tenha o direito de decidir a doação de órgãos da pessoa em estado de morte encefálica; assim, aqueles que se dispõem à doação, devem manifestar previamente aos familiares a sua intenção. A nota termina afirmando que a doação de órgãos não contraria à fé cristã na ressurreição final, pois “Deus dá vida aos mortos e chama à existência o que antes não existia” (Rm 4, 17
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald – Assessor da CNBB, Regional NE1