Irmã Dulce: Amor pelos pobres nasceu já na adolescência

22

Em 1931, nascia na capital da Bahia uma criança que mais tarde se tornaria uma das religiosas mais conhecidas do país. Seu nome, Irmã Dulce. Às vésperas da cerimônia de beatificação da “Irmã do Pobres”, o Canção Nova Notícias apresenta a série “Anjo Bom do Brasil”.

Na primeira reportagem, você vai conhecer a trajetória da Freira que dedicou desde a adolescência a própria vida a serviço dos pobres e marginalizados da Bahia.

.: Assista à reportagem

Centenas de Igrejas compõem a bela Salvador. Em meio a incontáveis orações elevadas ao céu, a santidade brotou na cidade alta, parte elevada do município. Em 1914, nascia Maria Rita, a segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Entre centenas de igrejas, a de Santo Antonio, foi a escolhida para batizar o bebê.

A mãe Dulce morreu ainda jovem, tinha apenas 26 anos de idade. Maria Rita recebeu sua primeira comunhão também na Igreja de Santo Antonio. Aos sete anos, levava uma vida normal como qualquer outra criança. Mas, uma nova luz estava por brilhar na vida dela.

A realidade das ruas passou a chamar a atenção de Maria Rita, ainda na adolescência. Aos 13 anos de idade, ela começou a se compadecer pelos mais necessitados, e um profundo sentimento de amor ao próximo passou a invadir a alma dela. A ponto de receber na própria casa, moradores de rua. Pessoas que estavam marginalizadas pela sociedade.  

Já adolescente sentia o desejo de entrar para o convento. Mas foi contida pelo pai, que acreditava ser apenas um impulso da idade. Prometeu que só depois de formada poderia decidir o futuro.  Mas há sentimentos que são como o mar: difícil de conter.

Assim que entrou para o convento Maria Rita renasceu. Passou a se chamar Irmã Dulce, em homenagem à mãe.

Havia muito que se fazer. Pobres e doentes sempre estiveram por todos os cantos de Salvador. Enfermos, livres pelas ruas, presos a uma rede de abandono e preconceito. Não havia dinheiro, nem lugar para tanta gente. Começou a pedir por eles nas ruas, não se intimidava.

A sobrinha de Irmã Dulce, tem o nome de bastismo da tia. Maria Rita se emociona ao ver mãe e tia juntas no retrato da parede. A lembrança de ambas carrega junto do coração, ou, dentro dele. Ela recebeu a incumbência de administrar todo o complexo social criado por Irmã Dulce.

São milhares de pessoas todos os dias à procura de ajuda. A multiplicação do amor de Irmã Dulce pelos pobres foi constante. O hospital é o maior da Bahia.

É o maior de todos os milagres alcançados pela intercessão de Irmã Dulce. Milhares de funcionários se empenham no atendimento. Inclusive anjos. Sim, eles existem. São voluntários como seu Oscarlito que trabalha no balcão de informações. Não ganha nada, apenas, a felicidade.

A natureza e a fé foram generosas com Salvador. A abnegação de Irmã Dulce rompeu preconceitos e barreiras para dar voz aos mais humildes.

No silêncio contemplativo Deus tocou docemente o coração da pequena Maria Rita para nos ensinar que tudo o que é feito por amor, pode ser ouvido em qualquer lugar do mundo.