Como muitos sabem, a famosa parábola do “Filho Pródigo” (Lucas 15, 11-32) conta a história de dois filhos que receberam antecipadamente suas heranças do pai, sendo que um deles saiu de casa por uma vida fútil e repleta de vícios e luxúrias. Ao gastar toda a sua fortuna, viu-se sozinho, abandonado à própria sorte, arrependeu-se e reconheceu o erro ao voltar para casa, sendo recebido com amor e alegria pela figura paterna.
Filho da Paróquia Nossa Senhora da Glória, o padre Alex de Brito Sátiro também saiu de sua casa, mas, diferentemente da parábola, foi em busca de levar a palavra de Deus adiante, de evangelizar cada vez mais cristãos. Atualmente pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa, em Pindoretama, na região praiana da nossa Arquidiocese, ele retornou, com muita honra, para nos presentear com a Santa Missa dessa terça-feira, 13 de agosto, durante os festejos da Padroeira. E, como não poderia deixar de ser, foi recebido de braços abertos por uma assembleia lotada e pelo corpo eclesiástico.
Antes do início da celebração, a imagem de Maria foi cuidadosamente conduzida ao altar, sob chuva de pétalas lançadas pelos paroquianos, que cantaram com emoção, junto ao grupo vocal católico Entretons, a bela canção “Exemplo de Esperança”, de Davidson Silva, que retrata a fé e o desejo de se entregar de corpo e alma aos desígnios de Deus, assim como acreditou e fez sua misericordiosa Mãe.
Em seguida, a equipe litúrgica realizou uma singela homenagem à religiosa baiana Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Santa Dulce dos Pobres, carinhosamente chamada de Anjo Bom da Bahia, canonizada pelo Papa Francisco em 2019, sendo a primeira santa nascida no Brasil, que, em todo 13 de agosto, tem sua memória merecidamente celebrada pela Igreja Católica.
O cântico de entrada “Grande És”, da Comunidade Católica Shalom, entoado em uníssono pela comunidade paroquial, acompanhou um emocionado padre Alex de Brito ao presbitério, onde foi recebido pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória, padre Helano Samy. “Hoje, queremos acolher com o coração aberto um dos filhos dessa Paróquia, que se tornou sacerdote e é nosso irmão. A casa é sua, sinta-se em família, que é onde o senhor está”, salientou.
Com sua leveza e graça habituais, o clérigo retribui o carinho: “É muito bom a gente voltar para casa, e é bom voltar sempre ao templo, né?! Vocês vieram ao templo?”, indagou, rindo, para responder em seguida: “Eu, não! Eu vim à casa do Pai, então, que a gente possa sempre estar com o coração aberto para vir à casa do Pai e se ver como irmãos. E como estamos? Como irmãos, estamos sempre reunidos”, frisou.
Na homilia, o pároco reforçou a satisfação de sempre celebrarmos a Santa Eucaristia. “Por que para nós se torna alegria?”, perguntou. E explicou: “Porque se concretiza aquilo que recebemos de grandiosidade do nosso Pai, a força verdadeira do amor. Esse Deus que nos ama por primeiro, esse Deus que nos mostra o caminho de amor, esse Deus que faz comunhão com cada um de nós quando exercitamos essa vivência de amor.”
O padre Alex de Brito propôs, então, uma reflexão sobre nos reconhecermos realmente na Eucaristia. “Há uma diferença entre comer aquilo que é ofertado pelo Senhor e comungar, fazer comunhão com o Senhor através da Eucaristia. Quando é feita essa comunhão, fazemos parte do mesmo corpo”, pontuou. E citou o exemplo de doação e devoção de Santa Dulce, por sentir a dor do próximo. “É essa comunhão que ela vivia, porque era sustentada pela força do amor de Deus na Eucaristia, na oração, que nos preserva e nos faz caminhar sempre.”
Em relação ao tema da festa deste ano, “Sobre Mim Não Triunfou o Inimigo”, lançou o desafio: “Vocês não podem terminar a Festa de Nossa Senhora da Glória sem entender que tudo aquilo vivido foi nessa intenção, para que a gente tenha consciência de que sobre Maria não triunfou o inimigo.” E foi cirúrgico ao afirmar: “Porque o mal nunca triunfa sobre o bem quando a gente reconhece o verdadeiro amor de Deus e a sua bondade.”
O presbítero também citou a Primeira Leitura do dia (Ez 2,8-3,4), quando Ezequiel alimentou-se do livro enrolado com a palavra do Senhor que estava à sua frente e foi falar aos filhos de Israel. “Alimentados da palavra, vamos conhecer a vontade de Deus para nossa vida. E a minha vontade desaparece para viver a vontade que é do Pai. Alimentando-se da palavra, como Ezequiel fez, podemos anunciar a bondade, o amor, a compreensão; anunciar o que é a verdade de Deus e não a minha verdade. Conhecendo a palavra de Deus, vou ter força também para triunfar contra o inimigo”, destacou.
Antes de terminar a Santa Missa, o padre Helano subiu mais uma vez ao presbitério para agradecer a gentileza e a generosidade do padre Alex de Brito por celebrar o décimo terceiro dia da festa litúrgica, que já vai chegando ao fim. “Que o seu ministério seja fecundo e que sua vocação seja sempre cheia de alegria e de paz”, desejou.
Após a bênção final, os fiéis seguiram para o Centro Pastoral Pe. Alberto Castelo e se divertiram ao som de Luisinho e Banda. Quem roubou a cena foi o padre Alex, que subiu ao palco, dançou com uma das cantoras e convocou o público para bailar no espaço reservado bem na frente. Um show à parte.
Por Ricardo Alves (Pascom)