Relíquia é um objeto ou parte de algo que tem um grande valor religioso, histórico ou cultural, geralmente relacionado a uma pessoa sagrada, como um santo, mártir ou líder religioso. No contexto cristão, as relíquias são partes do corpo de um santo (como ossos, cabelo ou fragmentos) ou objetos que pertenciam a ele, como vestes ou itens usados durante a vida. Esses objetos são considerados sagrados e são venerados pelos fiéis por sua conexão com a santidade e a fé.
As relíquias podem ser divididas em três categorias principais:
1 – Relíquias de primeiro grau: São partes do corpo do santo, como ossos, cabelo ou sangue.
2 – Relíquias de segundo grau: São objetos que pertenciam ou foram usados pelo santo, como roupas, livros ou outros itens pessoais.
3 – Relíquias de terceiro grau: São objetos que tiveram contato direto com uma relíquia de primeiro ou segundo grau, como pedaços de pano que tocaram um osso santo.
Além do significado religioso, relíquias também têm grande importância cultural e histórica, sendo preservadas em igrejas, santuários e museus ao redor do mundo.
Relíquias acolhidas na Paróquia Nossa Senhora da Glória
1. Santa Gemma Galgani (1878-1903) – Relíquia de º grau – depositada no Presbitério da Paróquia
Santa Gemma foi uma jovem mística italiana profundamente devota à Paixão de Cristo, conhecida por suas experiências espirituais intensas, incluindo visões celestiais e os estigmas. Apesar de desejar ser religiosa, sua frágil saúde a impediu de entrar para os Passionistas, com os quais tinha forte ligação espiritual. Viveu uma vida de grande sofrimento físico, que oferecia pela salvação das almas, e faleceu aos 25 anos em Lucca, Itália. Foi canonizada em 1940 pelo Papa Pio XII e é padroeira dos farmacêuticos, estudantes e pessoas com dores de coluna.
2. Santa Maria Goretti (1890-1902) – Relíquia de º grau – depositada no Presbitério da Paróquia
Santa Maria Goretti foi uma criança italiana que, aos 11 anos, morreu ao resistir a uma tentativa de abuso por parte de um vizinho chamado Alessandro Serenelli, preferindo morrer a ofender a Deus. Antes de falecer, perdoou seu agressor, demonstrando uma impressionante maturidade espiritual e amor cristão. Sua pureza e capacidade de perdoar tornaram-se exemplo para toda a Igreja. Canonizada em 1950 pelo Papa Pio XII, é venerada como mártir da pureza e padroeira da juventude, das vítimas de abuso e do perdão.
3. Santa Teresinha de Lisieux (1873-1897) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário na Capela do Santíssimo
Santa Teresinha, também conhecida como Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, foi uma jovem carmelita, francesa, que viveu uma espiritualidade simples e profunda conhecida como a “Pequena Via”, baseada na confiança total em Deus e no amor nas pequenas coisas. Entrou no Carmelo aos 15 anos e, mesmo sem sair do convento, ofereceu sua vida pelas missões e pela conversão dos pecadores. Morreu aos 24 anos de tuberculose, após grande sofrimento vivido com fé e amor. Foi canonizada em 1925, proclamada Doutora da Igreja em 1997 por São João Paulo II e é padroeira das missões e das vocações. É conhecida por prometer: “Passarei o meu céu fazendo o bem na terra”.
4. Santa Faustina Kowalska (1905-1938) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário na Capela do Santíssimo
Santa Faustina Kowalska, nascida Helena Kowalska, foi uma freira polonesa da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, conhecida por suas revelações místicas com Jesus Misericordioso, que a chamou a ser apóstola da Divina Misericórdia. Por meio de suas visões, difundiu a imagem de Jesus Misericordioso, o Terço da Misericórdia, a Hora da Misericórdia e a Festa da Misericórdia (no segundo domingo da Páscoa). Faleceu aos 33 anos e foi canonizada em 2000 por São João Paulo II, tornando-se referência mundial da confiança na misericórdia de Deus.
5. Santa Rita de Cássia (1381-1457) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário na Capela do Santíssimo
Santa Rita de Cássia foi uma esposa, mãe, viúva e posteriormente religiosa agostiniana italiana, conhecida como santa das causas impossíveis. Viveu com grande fé mesmo diante de sofrimentos familiares, como o casamento com um homem violento e a perda precoce dos filhos. Após a morte da família, ingressou no convento e dedicou-se à oração, penitência e caridade. Recebeu misticamente em sua testa uma ferida semelhante à coroa de espinhos de Cristo. Faleceu com fama de santidade e inúmeros milagres foram atribuídos à sua intercessão. Foi canonizada em 1900 e é invocada especialmente em situações desesperadoras e impossíveis.
6. São Carlo Acutis (1991-2006) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário na Capela do Santíssimo
São Carlo Acutis foi um jovem italiano que, desde cedo, demonstrou profundo amor por Jesus e pela Eucaristia, que chamava de sua “estrada para o Céu”. Talentoso na área de informática, utilizou a internet para evangelizar, criando um site que catalogava os milagres eucarísticos pelo mundo. Mesmo diante de uma doença fulminante — uma leucemia agressiva —, Carlo ofereceu seus sofrimentos a Deus pelo Papa e pela Igreja, testemunhando uma fé alegre e confiante até o fim. Beatificado em 2020, é lembrado como exemplo de santidade juvenil, mostrando que a busca pela santidade é possível em qualquer idade e em meio à vida cotidiana. Seria canonizado em abril pelo Papa Francisco, no Jubileu da Juventude, mas, com a morte de Francisco, sua canonização foi adiada para 7 de setembro de 2025, para ser proclamada pelo Papa Leão XIV.
7. Santa Mônica (332-387) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário
Santa Mônica foi uma mulher cristã do norte da África, conhecida por sua fé perseverante, sua vida de oração e sua dedicação à família. Casada com Patrício, um homem de temperamento difícil, e mãe de Santo Agostinho, acompanhou com paciência e confiança a conversão do filho, derramando lágrimas e súplicas constantes a Deus por ele. Sua santidade se manifestou no amor fiel ao marido, na firmeza diante das dificuldades familiares e na esperança inabalável de que a graça divina transformaria os corações de seus entes queridos. Morreu pouco depois de ver a conversão de Agostinho, tornando-se modelo de esposa, mãe e intercessora incansável.
8. Santo Agostinho (354-430) – Relíquia de º grau – depositada em um Relicário
Santo Agostinho, bispo de Hipona e Doutor da Igreja, é um dos maiores pensadores e santos do cristianismo. Depois de uma juventude marcada por buscas e inquietações, converteu-se profundamente ao ouvir a Palavra de Deus e ao reconhecer, com humildade, que só em Cristo encontraria a verdade e a verdadeira liberdade. Autor das Confissões e da monumental obra A Cidade de Deus, deixou um legado teológico e espiritual que continua a iluminar a Igreja. Sua vida testemunha o poder da graça divina que transforma o coração humano e ensina que “inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Ti, Senhor”.
9. Santa Dulce dos Pobres (1914-1992) – Relíquia de º grau – Imagem Templo
Santa Dulce dos Pobres, nascida Maria Rita Lopes Pontes, foi uma religiosa brasileira que dedicou sua vida ao cuidado dos necessitados, fundando obras de caridade como a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e o Hospital Santo Antônio, em Salvador, e servindo como um símbolo de fé e amor ao próximo até sua morte em 1992. Sua dedicação incansável a milhões de pobres e desfavorecidos, reconhecida mundialmente e comprovada por milagres, resultou em sua canonização pelo Papa Francisco em 2019, tornando-a a primeira santa brasileira e o “Anjo Bom da Bahia”.
10. São Pio de Pietrelcina (1887–1968) – Relíquia de º grau
São Pio de Pietrelcina, conhecido como Padre Pio, foi um frade capuchinho italiano marcado por dons extraordinários como os estigmas, o dom de conselho e a intensa vida de oração. Dedicou-se incansavelmente ao ministério da confissão, sendo instrumento de reconciliação e cura espiritual para milhares de fiéis. Homem de profunda humildade e obediência, viveu entre sofrimentos físicos e perseguições, oferecendo tudo a Deus pela salvação das almas. Seu lema, “Rezar, esperar e não se preocupar”, resume sua espiritualidade de confiança absoluta no Senhor. Canonizado em 2002, é lembrado como exemplo de fé, caridade e união íntima com Cristo crucificado.

