Testemunho: ?O impossível Deus já realizou!?, por Karen Brasil

65

No dia 12 de Junho de 2012, recebi uma das notícias mais difícil da minha vida: minha mãe estava diagnosticada com câncer de mama. O tumor tinha, aproximadamente, três centímetros e foi classificado como triplo negativo, ou seja, era um tipo de câncer que só tinha como tratamento a quimioterapia, pois não respondia a nenhum outro medicamento.


Eu não sabia o que fazer, não sabia como reagir e mesmo em uma caminhada, à época, de quase três anos de grupo de oração, eu vi a minha fé sendo completamente colocada à prova, e sendo bem sincera, estava fraquíssima. Por mais espiritualidade que tenhamos fica muito complicado não pensar no pior, ainda mais quando essa pessoa é um ente querido, sua melhor amiga, sua imagem e símbolo de mulher.


Na própria clínica, quando recebemos a notícia, desabei a chorar e ela também não conseguiu segurar, estávamos muito assustadas. Fui me encontrar com duas amigas que foram dois anjos que Deus colocou em minha vida e decidi chorar tudo que eu tinha que chorar para que depois eu enfrentasse, juntamente com minha mãe, sua doença. Lancei-me ao Santíssimo Sacrário e, como uma filha, totalmente apavorada, clamei pela vida da minha mãe à Mãe de todos nós, aquela que é símbolo de fé, esperança e força para toda igreja católica, Nossa Senhora. E tudo que conseguia falar para ela era: “Mãezinha, cuida da minha”.


Os exames continuaram e a cada vitória e notícias de que não existia metástase, eu me dirigia até o Santíssimo com um terço azul e branco (que depois fui perceber que era a cor de Nossa Senhora). E em um dia de oração eu ouvi com muita clareza a seguinte frase: “O Senhor muda todas as coisas!”. Então agarrei com unhas e dentes a graça, pois tinha certeza que era pra mim e que se referia à cura da minha mãe. Depois desse momento tão forte, meu coração se encheu de força, de fé e de total confiança na Providência, pois sabia que Nossa Senhora estava intercedendo por mim.


A cada sessão de quimioterapia, eu voltava à presença de Deus e agradecia pela minha mãe e pedia que o Senhor a desse força. Na segunda sessão, minha tia (irmã da minha mãe), que também foi um anjo durante todo esse período, havia me dito que a enfermeira que trabalhava com ela tinha colocado o nome dela em uma lista de uma missa de cura que receberia missionários de toda parte do mundo para ajudar com a celebração, mas ela não sabia onde era essa missa. Eu disse a ela que não se preocupasse, pois acharíamos aquela missa nem que fosse preciso rodar a cidade de Fortaleza toda, e se minha mãe estivesse bem ela iria àquela missa.


Por pura providência divina, e sem dúvida, por intercessão e auxílio de Nossa Senhora me guiando, eu entrei em contato com uma amiga que era pastora de uma comunidade, a qual havia frequentado durante seis meses, para que ela ministrasse uma palestra sobre Maria no meu grupo de EJC, o qual eu coordenava. Ela confirmou a presença e me chamou para uma missa que iria acontecer na comunidade que ela era responsável, missa esta de cura e auxiliada por ministros do mundo inteiro. Meus olhos encheram de lágrimas, pois não contive a emoção e disse a ela que com certeza estaria nessa missa, pois minha mãe estava com o nome na lista para receber oração. Liguei para minha tia e disse que sabia onde era a missa e que já tinha frequentado aquele lugar, então não erraríamos o caminho.


Chegou o dia da missa e fiquei apreensiva, pois mamãe tinha feito a sessão de quimioterapia um dia antes e, normalmente, não se sentia bem; mas naquele dia, excepcionalmente, ela estava bem e disse que iria à missa. Chegando lá, sentamos no lugar próximo ao altar e minha tia avistou uma imagem que estava no centro da mesa – e era Nossa Senhora das Graças. Ela perguntou se era Nossa Senhora e eu confirmei. Logo depois ela se virou pra minha mãe e mostrou uma mensagem da enfermeira amiga dela, dizendo que nós teríamos que nos agarrar a Nossa Senhora, pois a cura da minha mãe vinha por intercessão dela. Como podia ser? Uma pessoa que nunca tinha visto na vida, confirmar o que já me tinha sido dito dias atrás, sem nunca ter nos visto. Era Deus. Era Nossa Senhora. Minha mãe recebeu a oração de uma mulher que também se chamava Karen, a única coisa que ela entendeu foi seu nome, pois ela falava em inglês e estava sem tradutor ao lado. Após o término da missa, fomos embora e minha mãe disse que se sentia bem depois da oração.


Quase uma semana depois ela foi ao médico fazer exames para ver a resposta de seu organismo ao tratamento e tivemos uma grande surpresa, o tumor de três centímetros tinha sumido completamente, sem deixar ao menos cicatriz no tecido com apenas duas sessões de quimioterapia. O próprio médico ficou surpreso e perguntou: “A senhora tem fé?”. Ela disse que tinha muita. E ele respondeu: “Pois foi a sua fé que lhe curou, porque a ciência não explica o que aconteceu com você”. Quando soube da notícia, não tive dúvidas: a Mãezinha de todos nós havia devolvido a minha mãe pra mim!

Karen Brasil integra o Grupo Missão da Paróquia Nossa Senhora da Glória