Uma chuva de rosas – e bênçãos – na Paróquia Nossa Senhora da Glória

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Uma multidão de fiéis lotou a Paróquia Nossa Senhora da Glória, nessa terça-feira, 1º de outubro, para a Missa das Rosas em devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, falecida em 30 de setembro de 1897, aos 24 anos, em Lisieux, França, e canonizada em 1925, quando foi declarada Padroeira das Missões e, posteriormente, Doutora da Igreja.

A Santa Missa foi iniciada com a canção “Lançar Flores” – musicada a partir do poema Jeter des fleurs, de Santa Teresinha -, entoada primorosamente pela banda Entretons, que assumiu o Ministério da Música da noite. Vale ressaltar que praticamente todos os cânticos que envolveram a assembleia foram criados pela Comunidade Católica Shalom tendo como base os belíssimos poemas da freira carmelita.

Já no altar, o padre Helano Samy, ao lado dos diáconos permanentes Eufran de Menezes e José Gilson, cantarolou, realizou os ritos iniciais e convidou: “Vamos receber agora a rosa mais perfumada da igreja, vamos receber a imagem de Santa Teresinha de Lisieux. (…) Vamos agora acolhê-la, ela que derrama sobre a igreja graças, rosas perfumadas.” E, sob forte emoção, inúmeras pétalas e aplausos esfuziantes, sua imagem foi levada até o presbitério ao som de “O Elevador”.

Após a Primeira Leitura do livro de Jó, o Salmo Responsorial e a Aclamação do Santo Evangelho, o pároco colocou as relíquias de Santa Teresinha na frente do altar, admirou-as e conduziu mais um louvor, “Serei Tudo”. Visivelmente emocionado, refletiu: “Imaginemos o que se passa num coração que escreve as linhas dessa música. Imaginemos o que se passa numa alma até que ela chegue ao ponto de dizer: Se queres que eu seja nada, nada eu serei. Se queres fazer de mim tudo, tudo eu serei, pois eu confio cegamente na sua vontade, confio cegamente que o Senhor sabe o que está fazendo com a minha vida”, e convocou os paroquianos a oferecer a Deus os seus sofrimentos.

Na homilia, o sacerdote citou que, por meio da Liturgia da Palavra, o Senhor nos apresenta um caminho seguro de santificação, as coisas que vamos passar e que vão doer, e pede que saibamos confiar em Deus mesmo nas noites escuras da alma. “Pare de reclamar hoje. Não deram o que você merece? Siga em frente. Não olharam para o que você fez? Siga em frente. Sua vida está amarga hoje? Siga em frente”, pontuou.

Ao entrar no Evangelho do Dia (Lc 9,51-56), comentou toda a teologia bíblica apresentada pelo evangelista. “A primeira frase que ele diz é: O tempo floresceu, o tempo está pleno, ou seja, ele pede que eu compreenda os momentos em que vivo, porque tem gente que se alegra na hora que é de ficar triste e entristece na hora que é de se alegrar.” E continuou, enfaticamente: “Por isso eu peço que você, assim como no Evangelho de hoje, coloque-se em oração, porque o tempo do agir de Deus chegou. Nossa geração está vivendo um tempo de graça.”

O presbítero reforçou a importância de se elevar ao Altíssimo quando a vida apresentar alguma situação difícil. “Porque os nossos inimigos querem a nossa ruína, querem a nossa lama e, quando se oferta a Deus, você sobe e eles não te alcançam. Foi o que Teresinha fez. (…) E como ela mesma diz: Deus não escolhe os dignos. Deus não escolhe os merecedores. Deus escolhe aqueles que se entregam muito.”

O clérigo finalizou a homilia clamando a todos a subir a montanha do sacrifício. “Jesus está lá, sozinho, porque ninguém quer se sacrificar. As pessoas só querem coisas boas, as pessoas só querem a glória da igreja, as pessoas só querem usar os outros. Ninguém quer o calvário. Quero subir o lugar do sacrifício, e eu quero que vocês subam comigo”, salientou. Logo depois, pediu uma de suas músicas preferidas, “Lírio Branco”, cantada em uníssono pelos presentes, um dos momentos mais marcantes da Santa Missa.

No finalzinho da comunhão, padre Helano quebrou o protocolo, sentou ao pé do presbitério e enalteceu a santa de Lisieux. “Se a sua vida é como a de uma criança, vamos agora nos fazer pequenos com ela. Vamos aprender com ela neste instante. Tem alguém que celebra a sua vida, tem alguém que se importa contigo, tem alguém que te ama, e esse Deus quer te mostrar a face, a face que é o lugar da maior intimidade. Você que comungou, Jesus agora é um só com você e comigo.” Uma menininha foi, então, ao seu encontro e entregou-lhe uma rosa. O vigário levantou, colocou-a no colo, levou-a até a imagem de Santa Teresinha e retribuiu com outra rosa. Voltou a sentar no chão e cantou “Face Adorável”, para o deleite dos paroquianos.

Como não poderia deixar de ser, a canção “Meu céu”, composição da Irmã Míria T. Kolling, acompanhou os fiéis com suas rosas levantadas para serem abençoadas pelo pároco. Após a bênção final, subiram ao altar para pegar de lembrança as flores que enfeitavam a Santa Missa. Noite sublime, de muitas graças e bênçãos.