Dentro do belo e entusiasmante tempo da Páscoa, a liturgia da Igreja tem nos feito vislumbrar os umbrais de Pentecostes. Preparamo-nos para a bonita e profunda celebração da vinda do Espírito Santo. A liturgia deste domingo nos introduz na certeza de uma presença permanente em nossas vidas. Neste final de semana de Simpósio e Peregrinação das famílias a Aparecida, da inauguração da réplica da Capela das Aparições de Fátima e da festa de Nossa Senhora da Penha olhemos a bem-aventurada Maria que acreditou e deixou-se conduzir pelo Espírito Santo.
Em nossas tradições católicas estamos também para iniciar a novena em preparação à Solenidade de Pentecostes culminando com a Vigília da Festa e atualizando em nossas vidas e atitudes esse grande Dom de Deus que é o Espírito Santo derramado em nossos corações.
Nós não estamos sozinhos, o Senhor repete isso de várias maneiras. A memória de suas palavras nos conforta, como também a experiência viva da fé que não abandona aqueles que examinam cuidadosamente as Escrituras, nem aqueles que vivem suas vidas diárias com coração generoso e acolhedor. Se medirmos as nossas forças, percebemos que somos fracos e necessitados, mas se nós reconhecemos do que fomos feitos, aquela Palavra entra em nós como Espírito vivificante, prometido para preencher nossas lacunas, para ampliar nossos horizontes e fortalecer os muros dos nossos corações estremecidos pelo medo…
Se hospedarmos o Espírito, nós cultivaremos com ele a esperança da qual podemos ter razão com a alegria e a segurança dos filhos de Deus. “Caríssimos, adorai ao Senhor Jesus Cristo em vossos corações, sempre prontos para responder a quem lhes perguntar o motivo da esperança que há em vós.” A vida testemunhada também pelas motivações e aprofundamentos de nossa fé.
Pedro, chamado pelo Senhor Jesus e enviado a confirmar os seus irmãos e guiar a Igreja de ontem e de hoje, convida-nos a todos à doçura, ao respeito, à retidão que faz discernir a vontade de Deus. É um caminho em direção à nossa verdadeira identidade mais profunda, que não teme ameaças externas e que é reforçada na adversidade. É então que podemos atestar a força do Espírito Santo que age em nós; somente com esta disponibilidade se pode superar aquilo que sacode as águas e tira a estabilidade do nosso barco. Mudança de rumo é perigoso, arriscamos não encontrar aquele que nunca deixou de nos dar indicações claras e inequívocas para alcançar a meta, para nos mostrar o caminho mais simples e direto, aquele que, talvez, por natureza, nunca teríamos escolhido.
“Quem me ama será amado por meu Pai e eu o amarei e me manifestarei a ele”. Será possível que alguém se atemorize com um convite para amar e ser amado? “Vinde e vede as obras de Deus, em suas maravilhas no meio dos homens! Vinde escutar, vós todos que temeis a Deus e narrarei o que ele fez por mim.” Este é o nosso compromisso como cristãos, pequenos espelhos que refletem os raios de luz em um mundo envolto em trevas.
O apóstolo Pedro, entusiasmado pelo Senhor, nos faz um convite de uma beleza surpreendente. Um apelo urgente: aquele de adorar o Senhor na interioridade, nas profundezas do coração. Um convite que se desdobra nesta outra solicitação: aquela de estar sempre pronto para dar expressão convincente da própria fé com esperança. O autor sagrado também não deixa de ensinar o modo como este testemunho deve ser feito. É hoje uma recomendação ainda mais relevante do que nunca.
Acolhendo a presença do Espírito Santo prometido, e aprofundando a nossa vida de fé para dar as razões de nossa esperança poderemos, como os apóstolos, ver as maravilhas da evangelização e dos sinais pela pregação proclamada. Não é à toa que Pedro nos diz, antes de tudo: Adorai a Cristo em vossos corações. A fé está em ti. A fé é uma Pessoa. É preciso que façamos o encontro pessoal com Ele, caminho, verdade e vida, Espírito que nos convida a contemplar a Verdade da fé.