O diácono Fernando iniciou a formação refletindo sobre o papel dos agentes pastorais que, mais do que fiéis, são discípulos missionários. E, diante das crises que assolam o país e as famílias, ele recordou que “as grandes crises guardam em si um grande momento de graças”. “A flor de lótus só nasce na lama. É da lama nossa que tem que nascer a flor. Os cristãos não nascem, eles se fazem”, disse o diácono.
Ele ressaltou o quão fundamental são os momentos de formação, o estudo bíblico e a vivência da Palavra de Deus para nos aprofundarmos no mistério e, assim, podermos apresentar Jesus aos irmãos. “Hoje Jesus ainda é um ilustre desconhecido. Nosso desafio é: como vamos realizar nas pastorais a continuação do anúncio de Jesus para as pessoas que ainda não O conhecem em profundidade?”, questionou.
É aqui que entra o projeto da Iniciação à Vida Cristã (IVC). “Não podemos deixar o povo sem catequese, sem o anúncio básico da fé. Quem está no centro é Jesus. E como trabalhar isso? Como anunciar Jesus, considerando a realidade de cada pastoral?”, foi o desafio que o diácono lançou a cada agente pastoral ali presente.
“Estamos carentes de profetas. Temos muitos propagandistas. Infelizmente, Jesus Cristo virou produto. Precisamos nos reconhecer como Igreja. Eu sou Igreja. Quem conduz a evangelização é o Espírito Santo. Precisamos favorecer a oração, o silêncio, a escuta da Palavra”, afirmou.
Quando falamos da Iniciação à Vida Cristã, são dois os braços: catequese e liturgia. “Não é somente anunciar a Palavra; ela precisa ser celebrada. Catequese é toda ação da Igreja que faz ecoar a Palavra de Jesus. As pastorais devem mediar esse encontro com Jesus, criar espaços para aprofundar a fé. O povo que vem até nós tem sede de água viva. E essa água viva é Jesus”, destacou Fernando Cavalcante. “O mundo precisa urgentemente não de pessoas enfeitadas de louvores, mas de pessoas que enxerguem a ação de Deus no mundo e por isso dêem graças a Deus”, completou.
O diácono sugeriu aos agentes pastorais a leitura do RICA (Ritual de Iniciação à Vida Cristã de Adultos) e do Documento nº 97 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobre a IVC, a fim de pouco a pouco introduzirem novas ações nas suas pastorais.
Diácono Fernando Cavalcante