O Menino nascido na gruta de Belém é nossa salvação, diz Papa

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“Feliz Natal para todos, e que a Luz de Cristo Salvador ilumine os vossos corações de paz e de esperança!” Esta foi a saudação que o Papa Bento XVI dirigiu aos fiéis de língua portuguesa, neste domingo, 25, antecedendo a tradicional benção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo). O Santo Padre expressou seus bons votos de Natal em 65 idiomas.


Pouco antes das saudações, o Papa deixou aos fiéis sua mensagem de Natal e ressaltou que o anúncio do nascimento de Jesus é o “eco” que a Igreja Católica faz ressoar por todos os continentes, pois o “Filho da Virgem Maria nasceu para todos; é o Salvador de todos”.


“Vinde salvar-nos! Tal é o grito do homem de todo e qualquer tempo que, sozinho, se sente incapaz de superar dificuldades e perigos”, recordou Bento XVI. O homem precisa colocar sua mão numa “mão maior e mais forte”, e esta “mão é Cristo”, explica o Papa. “Ele é a mão que Deus estendeu à humanidade, para fazê-la sair das areias movediças do pecado e segurá-la de pé sobre a rocha, a rocha firme da sua Verdade e do seu Amor”.


Este é o significado do nome Jesus: Salvador. O Santo Padre afirmou que Cristo foi enviado por Deus Pai para salvar a humanidade do mal mais profundo: “o mal que é a separação de Deus, o orgulho presunçoso do homem fazer como lhe apetece, de fazer concorrência a Deus e substituir-se a Ele, de decidir o que é bem e o que é mal, de ser o senhor da vida e da morte”.


Segundo o Papa, este é o grande pecado, do qual os homens não podem salvar-se senão pedindo a ajuda de Deus e o fato de elevar este pedido ao Céu coloca o ser humano na verdade sobre ele mesmo, sobre o que ele é. “Nós somos aqueles que gritaram por Deus e foram salvos (…)  Levantar os olhos para o Céu, estender as mãos e implorar ajuda é o caminho de saída, contanto que haja Alguém que escute e possa vir em nosso socorro. Jesus Cristo é a prova de que Deus escutou o nosso grito”, ressaltou.


O nascimento de Jesus é uma prova de que Deus nutre um amor tão forte pelo homem que não pôde permanecer em Si mesmo, mas veio ao mundo partilhar da condição humana. “A resposta que Deus deu, em Cristo, ao grito do homem, supera infinitamente as nossas expectativas, chegando a uma solidariedade tal que não pode ser simplesmente humana, mas divina. Só o Deus que é amor e o amor que é Deus podia escolher salvar-nos através deste caminho, que é certamente o mais longo, mas é aquele que respeita a verdade d’Ele e nossa: o caminho da reconciliação, do diálogo e da colaboração”, explicou.


O Papa convidou a todos os fiéis para se dirigirem ao Menino Jesus, neste Natal, com a súplica: “Vinde salvar-nos”, recordando tantas pessoas que vivem em situações difíceis, sendo voz de quem não tem. E recordou os povos do nordeste da África – que padecem de fome, e as populações do sudeste asiático, principalmente a Tailândia e Filipinas – que sofrem com as recentes inundações.


Bento XVI lembrou também os povos que vivem em lugares de conflitos, que “ainda hoje ensanguentam o Planeta”, pedindo a Jesus, o Príncipe da Paz, que dê a paz e estabilidade à Terra Santa, encorajando o diálogo entre os israelitas e palestinos. O Santo Padre suplicou a Jesus também pelo fim da violência na Síria e pela plena reconciliação entre o Iraque e o Afeganistão.


E pediu ainda pelos povos de Myanmar e pelos países africanos dos Grandes Lagos e do Sudão do Sul, para que o Natal do Redentor garanta a estabilidade política e o empenho na tutela dos direitos dos cidadãos.


Por fim, o Santo Padre convidou a todos para olhar a gruta de Belém, e compreender que o Menino que ali contemplamos é a nossa salvação. “Ele trouxe ao mundo uma mensagem universal de reconciliação e de paz. Abramos- Lhe o nosso coração, acolhamo-Lo na nossa vida. Repitamos-Lhe com confiada esperança: ‘Vinde salvar-nos'”.